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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Semana do Turismo(logo)


Em comemoração ao dia do turismólogo (comemorado oficialmente no dia 27 de Setembro desde 1980) a PLANTUR JR (empresa Júnior de Turismo, da UFPE) resolveu comemorar com uma semana (de dois dias) de eventos. O evento (que aconteceu no auditório do CCB devido à falta de estrutura do – então – departamento de turismo que ainda se encontra em reforma) teve início na segunda-feira (27) com uma palestra sobre Políticas Públicas, ministrada por Gilberto Pimentel (da EMPETUR) e terminou ontem (28) sobre a função e (in)utilidade da ABBTUR (Associação Brasileira dos Bacharéis em Turismo) com uma mesa redonda com a participação das Professoras Carla Borba e Glória; a aluna de turismo Rita Vianna (representando o corpo discente da UFPE) e o Vice-Presidente da ABBTUR PE Luiz [...] (o presidente estava muito ocupado num evento em Noronha e não pôde comparecer) e um game com a participação de alunos de (quase) todos os períodos do curso de turismo.
Os desbravadores participaram do segundo (e último) dia da Semana do Turismo e nós achamos interessante trazer um breve resumo da situação da ABBTUR no nosso estado, para quem não sabe ou ainda não entendeu a ABBTUR – existente há mais de duas décadas - é o órgão que (teoricamente) representa os profissionais de turismo. Para se associar (sim, associar porque hoje funciona mais como um clube segundo o próprio vice-presidente Luiz) o turismólogo precisa ter concluído sua graduação e pagar uma tacha que gira em torno de R$ 20,00 e R$ 25,00, essa tacha é repassada para ABBTUR Nacional e serviria de manutenção do órgão. Contudo, não há uma conta corrente ou emissão de boletos para o pagamento dessa taxa, que, por sua vez, deve ser paga ao próprio presidente. Hoje, a Associação conta com pouco menos de 70 turismólogos associados, segundo a incerteza do vice-presidente. Esta baixa demanda se dá pelo fato de, há 16 anos, a ABBTUR não passa de um “assento no conselho de turismo e um presidente sempre ausente” (nas palavras de Luiz – vice-presidente da ABBTUR PE). Em outras palavras, a ABBTUR não serve de muita coisa, afinal não possui sequer uma sala que possa ser chamada de escritório e é representada por um presidente que está há 16 anos no cargo e nunca está disponível para reuniões e só representa a Associação em eventos.
É triste saber que órgãos como a associação de guias turísticos (não desmerecendo a classe) é muito mais bem estruturada que a associação que deveria representar uma profissão que ainda sequer é legalizada e reconhecida. Entretanto, esta mesa redonda organizada pela PLANTUR JR foi o primeiro passo para a mudança desse quadro tão caótico, visto que, com as declarações do vice-presidente de que o senhor Alexandre Lemos (atual presidente da ABBTUR) está disposto a entregar o cargo para alguém que realmente queira assumir, foi idealizado um novo encontro no qual seria formatada uma carta solicitando uma “conversa” com o mesmo afim de se dar um rumo e utilidade a ABBTUR PE, para que o assento no conselho não seja perdido – uma vez que “só quem se mostra realmente atuante tem direito de participar” (Professora Carla Borba) – para a ABBTUR seccional da Paraíba. Esse novo encontro acontecerá no dia 07 de Outubro e nele se decidirá o futuro da ABBTUR PE, e os Desbravadores estarão lá para opinar e participar desse passo tão importante para nós turismólogos (e quase turismólogos) pernambucanos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Teoria das Necessidades x Turismo




A interdisciplinaridade do turismo é uma máxima que se fez (e faz até então) presente nas nossas realidades enquanto estudantes. Mas, nem sempre é fácil saber e notar quais as disciplinas que formam o fenômeno “turismo” e qual a importância de cada uma delas na formação do saber do turismólogo. Para analisar de forma isolada a relevância de cada uma das ciências que compõem o turismo, nada melhor do que analisar suas contribuições para o saber humano. Para tanto, grandes nomes são citados ao longo de nosso curso para internalizar ainda mais o caráter multidisciplinar do turismo.
Entre esses nomes, um que tem se mostrado muito presente, em algumas cadeiras é o de Abraham Maslow, assim como a aplicabilidade de seus estudos que geraram a PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES. Disciplinas como Introdução a Administração
Psicologia, Marketing e agora TPOH, vem reafirmar a importância de conhecer melhor essa pirâmide, assim como seu uso, colaborando para um estudo do turismo, já que o turismo ao se configurar como um fenômeno social, também precisa de algo que ajude a compreender melhor a complexidade humana.


É esta tal complexidade, tendo em vista que o turismo é feito (de fato) por pessoas e pela relação entre elas, o meio visitado e as pessoas que habitam o meio, que confere um elevado grau de importância à psicologia enquanto ciência que estuda o comportamento humano. No livro “Psicologia do Turismo”, de Glenn F. Ross, fica clara a importância da pirâmide de Maslow, para a compreensão das diversas motivações que levam um turista a viajar. O autor também mostra a relação entre a motivação dos turistas e a classificação das necessidades humanas de Murray. Porém, a teoria de Murray não é de tão fácil compreensão para o público em geral, o que resultou numa maior popularidade aos estudos de Maslow.
A todo o momento o ser humano cria desejos, mas as necessidades são inerentes e ele não consegue fugir delas, utilizando-se do conceito de marketing ao dizer que este mesmo não cria necessidades e sim desejos é que percebe-se o quão pode ser difícil você satisfazer, ou melhor contemplar as necessidades que uma pessoa tem. Dentro do turismo, considerando o fato do imaginário que este acaba criando, nota-se que essa tarefa de gerar desejos se torna ainda mais complexa visto que deve-se ultrapassar alguns níveis de necessidade do ser humano até chegar ao ponto de criar nele o desejo de viajar e contemplar o extraordinário.
De maneira geral, a pirâmide de Maslow apresenta cinco níveis hierárquicos de necessidades que vão desde as mais básicas (necessidades fisiológicas) às mais pessoais e internas (realização pessoal). Para Maslow, é necessário que se tenha garantido e assegurado a base das necessidades para que se possa “passar” para o próximo nível hierárquico, por exemplo, e necessário que o indivíduo tenha satisfeito suas necessidades de fome e sede para que possa pensar em segurança e assim por diante. Uma forma interessante de aplicar a teoria de Maslow à pratica é a classificação e tipologia hoteleira, utilizada por Hayes e Ninemeier em seu livro “Gestão e Operação Hoteleira”, que parte do principio das necessidades de Maslow para classificar os meios de hospedagem de acordo com as necessidades que eles podem satisfazer. Dessa forma temos:
 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


Como escolher e principalmente como preparar um país para receber um evento esportivo de proporções mundiais como a copa? Ao dar o start para a contagem regressiva do grande acontecimento as dificuldades presentes e futuras se tornam cada vez mais evidentes. Ao ter os holofotes em si, as características de um país, principalmente as negativas, se destacam. Construir uma imagem demanda tempo e investimentos, sendo assim as contribuições desse evento tornam-se ainda maiores, já que o mundo esta de olho esperando o primeiro erro. Diante disto, a postura do país mediante essas expectativas deve ser refletida em planejamento e ações que signifiquem investimentos, resultados, obras anteriormente prometidas, enfim, iniciadas, entre outros tantos fatores. Não basta se orgulhar do fato de sediar a próxima copa do mundo, é preciso mostrar que está preparado – pelo menos em tese – para honrar tal compromisso. 
Desde a publicação da noticia de que o Brasil sediaria a próxima copa, várias indagações foram surgindo a respeito deste assunto, desde piadas de humoristas americanos até discussões mais sérias. Mas, a verdadeira questão é: nosso país está realmente preparado para lidar com todos os benefícios e riscos que envolvem um evento deste porte? O que, de fato, tem sido feito em relação a obras para que este evento aconteça sem muitas surpresas (o que no Brasil é cada dia mais raro)? E qual o papel do turismólogo em relação a toda essa história? Basta fantasiar e acreditar na máxima de que “2014 é o ano do turismo”?
Ao contrário do que nosso (não muito) querido Robbie Williams (ator) pensou e afirmou, o Brasil não sediará as olimpiadas e a copa por ter enviado "cinquenta strippers e um pouquinho de pó" (veja o video e leia a respeito aqui). Entre tantos fatores, o país mostrou-se capaz de sediar a copa (e também as olimpiadas) por já ter recebido um evento esportivo (o PAN 2007, no Rio de Janeiro) e pela velha fama de país do futebol e de muitas riquezas culturais e naturais (eufemismos a parte). Ao todo, foram escolhidas 12 cidades sedes e, como nenhuma delas estava realmente preparada – em termos de infra-estrutura – deu-se início aos projetos de qualificação, capacitação e melhoria dessas cidades. Entre estas 12 cidades, Recife (a região metropolitana, para ser mais exato) se destaca. 
Todo o país se mobiliza em função da realização do evento, são inúmeras ações que vão desde a criação de novos estádios, passando pela capacitação e profissionalização, até a criação de “cidades inteiras”, o que ocorre no nosso estado. O projeto se chama "cidade da copa" e a ideia é criar um novo estádio e, com isso, influenciar ações urbanas numa área de expansão agregando uma estação de metrô e um terminal integrado de passageiros. O valor projetado para o estádio é de R$ 500 milhões e o valor de intervenções necessárias na cidade é de R$ 3,7 bilhões.
Hoje, a cidade conta com um total de 12.500 Unidades Habitacionais, um aeroporto com capacidade para 5 mil passageiros e 602 estabelecimentos hospitalares (segundo dados do Ministério de Turismo). Há uma expectativa de aumento do número de leitos com a instalação de novos empreendimentos, segundo a Secretaria de Turismo grandes redes hoteleiras apresentaram projetos e a previsão é de que em 2011 esses novos estabelecimentos já estejam concluídos. 
Um dos principais desafios com relação a copa é a qualificação profissional para as pessoas  que trabalham em setores ligados direta ou indiretamente ao turismo.  A prestação de um serviço de qualidade é fundamental para que o Brasil se destaque e se consagre no âmbito do turismo internacional, fazendo com que os turistas que virão para a copa fiquem satisfeitos, voltem e indiquem o destino em seus países de origem. O Ministério do Turismo, em parceria com entidades do setor, lançou o programa Bem Receber Copa para capacitar o setor de turismo visando atingir padrões internacionais de qualidade nos serviços turísticos. O programa que é focado em pessoas, empresas e destinos tem como slogan “O Sucesso do Brasil na Copa está em Nossas Mãos”. Ele será implementado em parceria com entidades que integram o Conselho Nacional de Turismo (CNT) dos segmentos de Alimentação, Transporte, Receptivo, Hospedagem, Entretenimento, Negócios e Eventos. O objetivo é qualificar 306 mil profissionais do turismo até o ano de 2013 contando com cursos tanto presenciais quanto a distância.
Tendo em vista tudo – ou pelo menos parte do - que um evento da importância e do porte que a Copa do Mundo carrega, surgem, basicamente, duas linhas de pensamento em relação ao evento: uma muito otimista (quase utópica) - que pode ser percebida na afirmação de Bruno Tenório (Professor do IFPE) de que o “Brasil está sim preparado pra a copa 2014 e isso vai trazer muitos avanços para atividade turística no país” – e outra pessimista (ou até mais realista) – embutida na afirmação do nosso atual governador Eduardo Campos de que “na prática, temos os projetos”, quando perguntado (no NETV) o que se tem feito, na prática, para resolver os problemas de trânsito (apenas um dos desafios) no estado. Então, cabe ao turismólogo escolher qual caminho seguir e qual postura assumir em relação a esta nova aventura na qual o nosso país se meteu.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Turismólogo... um Agente Estratégico!

Tratando o turismo como fenômeno, e ao considerar os impactos trazidos diante de seu desenvolvimento, concebe-se que estes podem e devem ser minimizados a partir da atuação de um profissional com conhecimento e capacidade de colaborar para o desenvolvimento de uma atividade turística que maximize pontos fortes, com uma ação positiva.

Levando esta idéia para a realidade tendo em mente os equipamentos turísticos – como os meios de hospedagem - e considerando que estes muitas vezes mostram, juntamente com um conjunto de fatores, como o turismo esta instalado em uma localidade, como o turista é visto, se é valorizado, como ele é recebido, que tipos de serviços são colocados a sua disposição, se promessas são efetuadas, desde o momento da reserva, na realização do check in, até o check out... ou seja, como o turismo ocorre de fato, pode-se, assim, perceber a importância do profissional de turismo na hotelaria, uma vez que, este setor faz parte do tripé que sustenta a atividade turística e nós, turismólogos, devemos ser/estar preparados para tal função.

Para provar a relevância do profissional de turismo na hotelaria, nós, desbravadores, utilizamos o artigo “A prática de overbooking como estratégia para a gestão de demanda por hospedagem” de Gerson Luis Russo Moyés e Roberto Giro Moori. Cujo objetivo é mostrar como o overbooking pode servir de estratégia gerencial em empreendimentos hoteleiros, para tanto, os autores aplicaram um modelo proposto por Fitzsimmons (2002) à realidade de um hotel localizado no interior do estado de São Paulo.

O overbooking é uma prática realizada não apenas pelos empreendimentos hoteleiros como, também, por companhias aéreas como forma de reduzir os impactos da incerteza de demanda. Consiste em vender um número acima da sua capacidade, ou seja, no caso de um hotel, o overbooking ocorre quando se vende um número de Unidades Habitacionais maior do que a capacidade real do hotel. Esta estratégia deve ser utilizada analisando-se a probabilidade de no-show (a não concretização da reserva) e deve ser proporcional a esta probabilidade.

Cabe ao profissional responsável pela utilização do overbooking como estratégia gerencial saber da relação custo e beneficio que esta prática carrega consigo. Para Moyés e Moori uma boa estratégia de overbooking deve estabelecer o equilíbrio entre o custo de um quarto desocupado e o custo de um cliente insatisfeito por ter tido sua reserva atendida. Em outras palavras, a prática de overbooking se torna uma faca de dois gumes, pois, pode solucionar o problema de no-show, mas, caso esse não ocorra, pode manchar de maneira significativa a imagem do hotel.

Considerando fenômenos como estes citados, do overbooking e no-show, que margeiam o dia a dia de um meio de hospedagem, ou seja, de uma das “pernas” que auxiliam e compõem o turismo acaba por reforçar a importante atuação de um profissional cada vez mais completo e que realize um serviço de qualidade, tornando-se não só mais um funcionário, mas sim O funcionário, ou seja, praticamente um agente estratégico, e o turismólogo com as suas capacidades e potencialidades pode se configurar assim.