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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sustentabilidade... e o que o turismólogo tem com isso?

“Compreendendo o turismo enquanto indústria – termo que não vem sendo muito praticado e sobre o qual um debate renderia vários TCC’s – pode-se dizer que o mesmo se utiliza do meio ambiente, da sociedade e da cultura local para produzir e gerar consumo, distanciando-se, assim, da onda sustentável que invade as mentes dos novos empresário e empreendedores. Portanto, enxergando o turismo enquanto atividade econômica predatória cabe ao turismólogo – aquele tal profissional de turismo, mencionado no post anterior – atentar para esse tema tão em voga atualmente e, ao mesmo tempo, tão mal trabalhado em prática.”
Desbravando um conceito...

Desde que entramos na universidade, no ano de 2008, coincidindo com um período mundial em que a sustentabilidade estava em voga (e ainda está), este mesmo tema tem se mostrado presente nos discursos acadêmicos. A tentativa de criação de uma conscientização perante preocupações que foram surgindo acerca da situação do meio ambiente, estão presentes no decorrer de nossas vidas atuais, noticiários, conversas com amigos, palestras, enfim, está claro que o que está acontecendo é apenas a ponta do iceberg, com o passar do tempo essa temática irá vigorar ainda mais, a questão são as informações que temos, ou seja, os verdadeiros conhecimentos.

Apesar de haver um maior enfoque do fator ambiental, quando o assunto é sustentabilidade, tanto no meio acadêmico quanto nas mídias sociais é importante que o turismólogo tenha consciência de que a atividade traz consequências também para os ambientes econômicos, culturais e sociais. Ou seja, deve-se levar em consideração o tripé da sustentabilidade aliando os fatores econômico, social e ambiental de forma a reduzir impactos negativos e maximizar benefícios, tendo uma visão mais ampla da atividade turística. Além disso, é fundamental que o profissional de turismo coloque em prática o que aprende na teoria uma vez que a sustentabilidade é muito bonita e idealizada no papel, porém poucas pessoas que atuam no mercado a colocam em prática. Considerando o fato de que a responsabilidade social que o turismólogo tem como cidadão, acaba por ser reforçada por sua profissão.

A função do profissional de turismo, em relação a prática sustentável da atividade turística, pode ser melhor percebida na afirmação de Ignarra de que “A grande preocupação dos planejadores na atualidade é a sustentabilidade do turismo. É necessário definir um modelo de desenvolvimento que permita o crescimento da atividade sem perda de sua qualidade.” (Luiz Roberto Ignarra, 2003). Ou seja, deve-se buscar uma forma mais sustentável, ou menos predatória, de se praticar o turismo levando em consideração o tripé da sustentabilidade, já mencionado. Mas, como colocar em prática esta tão complexa – e, muitas vezes utópica – idéia de conscientização sustentável? O turismo é realmente capaz de produzir e consumir sem causar danos ou, pelo menos, minimizá-los?

A Certificação surge como uma resposta a estas indagações, uma vez que confere melhorias nas operações infra-estruturais e foco na qualidade de serviços. Contudo, nas praticas de certificação adotadas no Brasil, percebe-se uma tendência a focar apenas um dos elementos que compõe o tripé da sustentabilidade. Quando se fala em certificação em turismo no Brasil, foca-se, geralmente, a redução de impactos ambientais – redução de consumo de água e energia, coleta seletiva de lixo, entre outros – deixando um pouco de lado os fatores econômico e social, fugindo do próprio conceito de sustentabilidade.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Turism...What???

Não é nada fácil escolher uma carreira profissional, além da forte influencia de nossos pais que, naturalmente, sonham em ter filhos “doutores”, a cada segundo [exageros a parte] surge uma nova opção, um novo curso da moda ou uma nova “profissão do futuro”. Com o turismo não poderia ser diferente, quando o curso surgiu no Brasil todos os olhos se voltaram a esse “novo” setor que prometia crescimentos exorbitantes e gerar inúmeras oportunidades de emprego. Contudo, como é de se esperar em um país com 50 anos de atraso em relações a outros países, até hoje não se sabe ao certo qual a função do profissional de turismo, são raros,até, os que sabem qual sua denominação, ou seja, como se chamam, ou preferem ser chamados, esses profissionais cada dia mais confusos quanto a suas identidades profissionais.



Quando se opta seguir carreira no turismo, o, até então, estudante tem de se deparar com inúmeras perguntas, das mais inocentes às mais engraçadinhas possíveis. Afinal, quem nunca escutou um: Ah, tá estudando pra ser guia? ou, você gosta muito de viajar, né? Entre tantas outras piadinhas estereotipadas... Infelizmente [ou felizmente para que sirva de consolo] esse tipo de estereotipo não é exclusividade do turismo e acontece nas melhores famílias. Porém, da mesma forma que um estudante de medicina tem que provar que sua vida acadêmica não se resume a analisar cadáveres, cabe ao estudante de turismo provar que não é apenas de viagem que vive o turismólogo.



ATENÇÃO: se você é estudante de turismo e até então nunca tinha ouvido este termo, peça socorro aos órgãos de proteção ao consumidor e tranque sua matricula na faculdade, pois, estão enganando você!



Pois é, o termo TURISMÓLOGO surgiu por volta dos anos 70 para denominar uma nova classe de profissionais, no momento em que o turismo se mostrava ao mundo como mais novo fenômeno econômico, social e cultural. Tendo em vista a “pluriconceitualidade” do fenômeno turístico não se torna nada fácil descrever, de forma concreta, as funções de um turismólogo. O turismo é uma atividade multidisciplinar, ou seja, passeia por todas as áreas do conhecimento dependendo de todas elas para sua própria existência. Complexo? Sim! Mas, quem disse que seria fácil?



Analisando o tripé do turismo, são três as áreas básicas de atuação do turismólogo: Agenciamento, Hospedagem e Transporte. Além de planejamento e eventos, que são caminhos que ficamos sabendo no início de nossa vida acadêmica e que traz questionamentos, podendo traçar assim o nosso perfil profissional, ou pelo menos dar um norte. Essas áreas, por sua vez, se subdividem em inúmeras partes tornando o mercado de trabalho um verdadeiro leque de oportunidades [mais uma máxima que se escuta ao ingressar na carreira]. O desafio neste caso fica por conta da não-regularização da atividade em nosso país, é devido a isto que nós turismólogos temos de concorrer com profissionais de outras áreas que, muito provavelmente, não exerceriam determinados cargos tão bem quanto nós.