A interdisciplinaridade do turismo é uma máxima que se fez (e faz até então) presente nas nossas realidades enquanto estudantes. Mas, nem sempre é fácil saber e notar quais as disciplinas que formam o fenômeno “turismo” e qual a importância de cada uma delas na formação do saber do turismólogo. Para analisar de forma isolada a relevância de cada uma das ciências que compõem o turismo, nada melhor do que analisar suas contribuições para o saber humano. Para tanto, grandes nomes são citados ao longo de nosso curso para internalizar ainda mais o caráter multidisciplinar do turismo.
Entre esses nomes, um que tem se mostrado muito presente, em algumas cadeiras é o de Abraham Maslow, assim como a aplicabilidade de seus estudos que geraram a PIRÂMIDE DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES. Disciplinas como Introdução a Administração
Psicologia, Marketing e agora TPOH, vem reafirmar a importância de conhecer melhor essa pirâmide, assim como seu uso, colaborando para um estudo do turismo, já que o turismo ao se configurar como um fenômeno social, também precisa de algo que ajude a compreender melhor a complexidade humana.
É esta tal complexidade, tendo em vista que o turismo é feito (de fato) por pessoas e pela relação entre elas, o meio visitado e as pessoas que habitam o meio, que confere um elevado grau de importância à psicologia enquanto ciência que estuda o comportamento humano. No livro “Psicologia do Turismo”, de Glenn F. Ross, fica clara a importância da pirâmide de Maslow, para a compreensão das diversas motivações que levam um turista a viajar. O autor também mostra a relação entre a motivação dos turistas e a classificação das necessidades humanas de Murray. Porém, a teoria de Murray não é de tão fácil compreensão para o público em geral, o que resultou numa maior popularidade aos estudos de Maslow.
A todo o momento o ser humano cria desejos, mas as necessidades são inerentes e ele não consegue fugir delas, utilizando-se do conceito de marketing ao dizer que este mesmo não cria necessidades e sim desejos é que percebe-se o quão pode ser difícil você satisfazer, ou melhor contemplar as necessidades que uma pessoa tem. Dentro do turismo, considerando o fato do imaginário que este acaba criando, nota-se que essa tarefa de gerar desejos se torna ainda mais complexa visto que deve-se ultrapassar alguns níveis de necessidade do ser humano até chegar ao ponto de criar nele o desejo de viajar e contemplar o extraordinário.
De maneira geral, a pirâmide de Maslow apresenta cinco níveis hierárquicos de necessidades que vão desde as mais básicas (necessidades fisiológicas) às mais pessoais e internas (realização pessoal). Para Maslow, é necessário que se tenha garantido e assegurado a base das necessidades para que se possa “passar” para o próximo nível hierárquico, por exemplo, e necessário que o indivíduo tenha satisfeito suas necessidades de fome e sede para que possa pensar em segurança e assim por diante. Uma forma interessante de aplicar a teoria de Maslow à pratica é a classificação e tipologia hoteleira, utilizada por Hayes e Ninemeier em seu livro “Gestão e Operação Hoteleira”, que parte do principio das necessidades de Maslow para classificar os meios de hospedagem de acordo com as necessidades que eles podem satisfazer. Dessa forma temos:
4 comentários:
Como dito, na construção de nós como profissionais vamos adquirindo uma gama de conhecimentos, interdisciplinados e diversos a questão é justamente da aplicabilidade desses conceitos. Não podemos separar em gavetas cada saber, para que em determinadas situações possamos ir lá e consultar. Essa proposta de desenvolvimento de um profissional completo implica também na sua prática, não basta ter conceitos em mente se não souber fazer uso dos mesmos. A complexidade do turismo só vem reafirmar isso, assim como a necessidade de um profissional flexível. No caso especifico dos meios de hospedagem a aplicabilidade de conceitos, como especificamente o que utilizamos neste post, o da pirâmide de necessidades, deve receber um olhar de relevância, considerando as suas contribuições.
A importância da psicologia no turismo fica bastante clara na teoria de necessidades de Maslow. Como dito no texto, é preciso conhecer e compreender o turista enquanto pessoa – já que este pode ser nosso alvo enquanto empreendedores ou nosso objeto de estudo enquanto pesquisadores - e a psicologia humanista de Maslow e outros autores nos dá uma base para isso. O mais interessante é perceber que existe sim utilidade em estudar tantas coisas que, a principio, podem parecer absurdas, mas, que tem aplicabilidade na realidade, como exemplificado pela classificação de Hayes e Ninemeier.
Apenas, para exemplificar os meios de hopedagem:
No 1° nível teríamos o Formula 1, com serviços padronizados e limitados; no 2° nível, hotéis de aeroporto; no 3°, Hotéis de Conferencia, com espaço para reuniões e eventos; no 4°, o históricos hotéis cassino e os novatos resorts , e; por fim, no 5°, hotéis Boutique, que se diferenciam pelos detalhes, como os famosos hotéis luxuosos de Dubai.
A única falha dessa classificação é deixar de lado alguns tipos de estabelecimento, como: pousadas, apart-hoteis cruzeiros, entre outros, por não se enquadrarem no modelo da pirâmide, mas, ainda assim, é uma forma de aplicar a teoria à prática.
A interdisciplinaridade do Turismo é importante para a formação de um profissional completo, tendo em vista que a atividade turística envolve diversos fatores. Apesar do fato de que a disciplina de Psicologia é eletiva na UFPE, acho que é indispensável para todos os turismólogos terem ao menos o mínimo de conhecimento na área já que as pessoas são parte fundamental da atividade e a compreensão das mesmas é complexa.
Mariana Melo
Podemos perceber a importância que a psicologia tem no turismo. É a partir dela que somos capazes de ter um melhor entendimento sobre a mente humana e, como já foi dito, notar as necessidades referentes a cada um. De acordo com os estudos realizados nessa área um link com o turismo pode ser feito e não só podemos notar o comportamento humano quando são feitas interações entre sociedades mas também o que cada um necessita e deseja, afinal o turismo trabalha (também) para a realização de sonhos e para tanto é preciso saber o que o outro pensa/quer para saber como tratá-lo e melhor servi-lo.
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