Em momento de crise econômica mundial o Brasil foi um dos primeiros países a conseguir se libertar desse mal e o setor de turismo (e consequentemente o de hotelaria) foi um dos menos atingidos. Pelo contrário, o crescimento do setor é discutido até então, pois, impressiona a economistas de todo país. E estima-se um crescimento ainda maior com a realização da Copa e das Olimpíadas (2014 e 2016, respectivamente) como já foi discutido aqui nos desbravadores. A matéria a seguir mostra em números e fatos porque e como o turismo no país tem crescido tanto ultimamente.
23/09/2010
Economia
Leitos // Percentual de crescimento na locação de vagas nas unidades do Recife é de 30%, segundo dados da ABIH-PE
Por: Juliana Cavalcanti
A ocupação hoteleira tem batido recordes seguidos todos os meses deste ano. Apenas em agosto, um mês de baixa estação, os hotéis do Recife tiveram média de 85% de lotação, com alguns dias registrando até 97%. No acumulado do ano, o percentual de crescimento é de 30%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em Pernambuco. O aumento no número de congressos e eventos na cidade do Recife é apontado como a principal causa para o resultado e a tendência é de que o segmento continue aquecido.
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"Não existe mais a baixa temporada para a hotelaria daqui. Não temos registrado nenhuma queda na ocupação, independentemente da época do ano. Por ter mercado em vários segmentos, o turismo do Recife consegue atrair visitantes em todas as épocas do ano. Acredito que estamos colhendo um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos", explica José Otávio Meira Lins, presidente da ABIH-PE e também presidente do Recife Visitors & Conventions Bureau.
Ele lembra que o ano de 2009, considerado de crise para vários setores econômicos, foi de crescimento para o turismo pernambucano. "Os anos de 2008 e 2009 foram excelentes para a rede hoteleira. Em 2010 o otimismo está maior. O market share dos turistas que vêm para cá aponta que não há predominância do turista de lazer, ou do turista de negócios. É esse equilíbrio o nosso diferencial", considera.
José Otávio explica que quando um destino é muito dependente do turismo de lazer, qualquer instabilidade na economia afeta a presença de turistas, que acabam cortando do orçamento os itens supérfluos - incluindo as viagens nesta lista.
Na baixa temporada, são os congressos, feiras e eventos que movimentam o turismo na cidade. No verão e na temporada de férias, os visitantes em busca de sol e mar chegam com maior frequência. A implantação de empresas e a consolidação de empreendimentos de grande porte no estado, também acabam contribuindo para a ocupação hoteleira.
José Otávio cita o exemplo de um de seus hotéis, que teve um incremento na receita de 58% apenas neste ano. "Estamos conseguindo sucesso tanto no faturamento, quanto na ocupação. Digo, com otimismo, que a hotelaria é um mercado em expansão no estado", destaca. Ele lembra que nos próximos anos devem ser construídos pelo menos mais 5 mil apartamentos em hotéis projetados para a Região Metropolitana do Recife e que existe mercado para a abertura de outro centro de convenções, com capacidade intermediária, para duas mil pessoas.
"Já existe demanda para investimento privado nesta área. Um lugar que não seja tão grande quanto o Centro de Convenções de Olinda, mas tenha uma capacidade maior que as áreas para eventos dos hotéis. Temos tentado estimular os empresários a vislumbrarem este potencial", conclui.
4 comentários:
É interessante ver que o Brasil está amadurecendo (pelo menos) economicamente em relação a turismo. Sabemos que nosso atraso em relação a outros países é histórico, mas, conforta saber comprovadamente que nosso país é sim capaz de superar uma crise econômica e que é no turismo que ele encontra forças para superar dificuldades. Como já foi postado anteriormente, a visão do trade local é bastante otimista em relação ao crescimento do setor, no entanto, o futuro é incerto e, por isso mesmo, devemos pensar nele constantemente, isso se chama planejamento estratégico (fazer hoje pensando no amanhã). O turismo tem crescido de fato no país, os esforços agora devem se voltar para a manutenção desse crescimento de forma sustentável, não visando apenas o fator econômico, mas, também, todos os fatores que compõe os pilares da economia.
A sazonalidade é uma caracteristica do produto turístico, e esta deve ser considerada e até mesmo controlada já que pode ser influenciada por diversos fatores, diante disso existe dentro da hotelaria, na gestão da sazonalidade o chamado estudo de demanda. Um destino pode se diferenciar diante de uma concorrencia a depender do modo como lida com a sazonalidade, no caso do Recife percebe-se isso, como bem destacado no texto. É como se você como planejador percebe-se as motivações já existentes para aquele destino, observar a ociosidade presente nos periodos ditos de baixa estação, refletindo em perdas finaceiras, sendo assim, por que não diversificar e criar uma "gama" de motivações e mostrar-se ativo no mercado em períodos antes "inexistente" para determinada localidade. É assim que Recife está mostrando a sua capacidade em outros segmentos que não só o turismo de lazer.
Essa notícia é animadora e mostra não só o crescimento do turismo no Recife, mas também a motivação por parte do trade quanto ao crescimento hoteleiro da região. É estimulante que o turismo esteja crescendo, mas também é necessário ver que o número de leitos existentes hoje não será suficiente para os eventos que estão por vir em nosso país, tornando-se assim necessário um planejamento para esse setor.
A grande questão fica para o pós-copa, afinal como Recife conseguirá se manter com essa taxa de ocupação quando mais leitos forem criados?
O fato de que a realização de eventos quase lotou a capacidade hoteleira do Recife deixa ainda mais claro que a cidade necessita de investimentos e de aumento na oferta de leitos para que possa estar apta a receber um mega evento como a copa. Percebe-se também a importância do trabalho do turismólogo e de associações como os Coventions Bureaus para que se possa contornar os efeitos negativos da sazonalidade e para manter a ocupação desses novos leitos que serão criados após a realização do evento.
Mariana Melo
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